terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Mídia digital exige transparência

Durante evento em Curitiba, especialistas em marketing e comunicação falam sobre a atuação das empresas nas redes sociais

Publicado em 01/12/2009 Cinthia Scheffer
Novas mídias e consumidores cada vez mais atuantes estão mudando a natureza das marcas e obrigando as empresas a repensarem a maneira como trabalham. “Muitas empresas vão ter que mudar radicalmente sua maneira da fazer negócio, ou serão varridas do mercado. A mídia digital está criando uma nova democracia ”, defendeu ontem o diretor mundial de marketing da Unilever, Simon Clift, que participou do Fórum de Marketing Curitiba 2009, promovido pela Univer­sidade Positivo.

Na avaliação do executivo, um dos grandes desafios do profissional de marketing hoje é saber conviver com essa realidade nas quais as marcas são “plataformas de conversação”, pontos de contato entre empresas e consumidores. Neste cenário, alerta, é fundamental levar em conta o que pensa e diz o consumidor e ser transparente. “Não se faz mais comunicação de cima para baixo, onde a empresa diz e o cliente simplesmente ouve. Nesse novo mundo há acesso mais rápido e há muito mais informação. Sobretudo, com mais transparência.”

Impacto

Para Clift, cabe às empresas não apenas cumprirem o que prometem, mas também adotarem práticas que realmente influenciem positivamente a sociedade onde elas atuam. “Não se trata de filantropia, mas de programas de marketing com impacto social”, diz. “Qualquer marca que não perceba sua responsabilidade na sociedade, cedo ou tarde vai ter que prestar contas.”

A transparência, na avaliação do vice-presidente da Rede Paranaense de Comunicação (RPC), Guilherme Cunha Pereira, é fundamental em uma sociedade em rede. Em sua palestra, Cunha Pereira falou sobre o futuro da comunicação e do papel relevante que as redes sociais certamente terão. “Em grupos, os indivíduos se tornam comunidades organizadas que podem mover montanhas”, diz. Mas o mais importante, diz o vice-presidente, é pensar no rumo, no sentido em que essas montanhas serão movidas. “É essa dimensão que define o futuro. Ele não é fruto de determinismos tecnológicos.”

O vice-presidente da RPC defendeu ainda que não faz mais sentido pensar na comunicação de maneira analógica, e destacou que muitas empresas estão se definindo pelo conteúdo , e não pela plataforma usada. Cunha Pereira diz que o impacto das novas tecnologias na comunicação é inegável, mas alerta que é preciso ser cauteloso em relação a teorias que anunciam o fim das mídias tradicionais. “Há muitos espaços distintos, momentos e desejos na vida das pessoas.”

Para mostrar como a tecnologia pode ser aliada da comunicação neste cenário, os executivos da empresa portuguesa YDreams encheram o Teatro Positivo de bolhas de sabão virtuais (a partir da tecnologia da realidade aumentada). Miguel Remédio e António Câmara apresentaram cases desenvolvidos pela agência para clientes do mundo todo usando tecnologias que permitem a interatividade entre o consumidor e a propaganda. “Os consumidores estão cada vez mais desinteressados, querendo fugir da publicidade, e com menos tempo. É preciso se destacar. E usamos a interatividade para que ele deixe de ser um mero espectador”, diz Câmara.

Fonte: Gazeta do Povo

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