segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Novas regras para celulares com TV digital também desagradam a indústria

Lúcia Berbert – Tele.Síntese

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior alterou o PPB (Processo Produtivo Básico) para terminal portátil de telefonia celular. O prazo para que 5% da produção total de aparelhos celulares incentivados, por empresa, tenham capacidade de recepção de sinais de TV digital compatíveis com as especificações e normas do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre foi prorrogado de 1º de janeiro de 2010 para 1º de julho de 2011, mas mantendo o mesmo percentual.
Outra mudança é a redução da importação de placas de circuitos impressos com componentes dos atuais 15% para 10%, a partir de 1 de janeiro de 2010. Mas, para cada 1% de modelos com TV Digital fabricados pela empresa, em termos de quantidade de aparelhos celulares, o fabricante poderá utilizar o percentual adicional de dispensa de montagem de placas de circuito impresso em 1%, limitado a 5%. Ou seja, a importação de placa ficará limitada a, no máximo, a 15%.
Por fim, exclui a obrigatoriedade de utilização do middleware GINGA-NCL. A consulta pública da nova proposta receberá sugestões durante 10 dias, a contar de hoje, data da publicação no Diário Oficial da União.
As alterações no PPB da telefonia celular foram feitas a pedido da indústria, que insistiu na impossibilidade de cumprir a proposta anterior. Porém, a avaliação inicial é de que a nova redação está aquém do que foi pedido. A indústria defendia 1% da produção total de aparelhos celulares com recepção para TV digital. E considera que a fórmula do cálculo do percentual de importação de placas como uma punição.

Fonte: http://www.direitoacomunicacao.org.br

Vale-Cultura deve ser votado em 45 dias

Carina Teixeira – Cultura e Mercado
Na ultima quarta-feira, dia 26 de agosto, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, enviou uma mensagem ao Congresso Nacional solicitando que o Projeto de Lei que institui o Programa de Cultura do Trabalhador e cria o Vale-Cultura (PL 5.798/2009) tramite em regime de urgência urgentíssima. Isso significa que os deputados federais deverão votar a matéria em, no máximo, 45 dias.
Nessa forma de tramitação, o PL poderá receber Emendas Parlamentares em cinco sessões ordinárias. O PL 5.798/2009 será enviado, simultaneamente, para análise das Comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; Educação e Cultura; Finanças e Tributação; e Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados.
O andamento da proposta pode ser acompanhado na página eletrônica www.camara.gov.br,no link Projetos de Lei e outras proposições. Após a votação na Casa do Legislativo, o projeto segue para o Senado Federal, com mais 45 dias de tramitação.
O Vale-Cultura é a primeira política pública governamental voltada para o consumo cultural. Os trabalhadores poderão adquirir ingressos de cinema, teatro, museu, shows, livros, CDs e DVDs, entre outros produtos culturais. O vale será similar ao conhecido tíquete-alimentação. Trata-se de um cartão magnético, com saldo de até R$ 50,00 por mês, por trabalhador, a ser utilizado no consumo de bens e serviços culturais. As empresas que declaram Imposto de Renda com base no lucro real poderão aderir ao Vale-Cultura e posteriormente deduzir até 1% do imposto devido.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Gilmar Mendes não comparece à audiência sobre diploma de Jornalismo

Redação - Comunique-se
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, não compareceu à audiência pública que discute a regulamentação de profissão de jornalista. Apesar de convidado para o debate, a agenda do ministro indica um encontro com o presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão.
Na audiência, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Cezar Britto, defendeu a regulamentação da profissão para garantir a qualidade técnica e ética na profissão. Em seu entendimento, a liberdade de expressão é um princípio da Constituição, mas ela mesma cria restrições para aperfeiçoar o exercício dessa liberdade, como a proibição do anonimato, a preservação da imagem e o direito de resposta. Congresso deve legislar sobre o tema, diz deputada A presidente da Comissão de Educação e Cultura da Câmara, deputada Maria do Rosário (PT-RS), também se mostrou favorável à exigência do diploma. Em sua opinião, a decisão do STF deve ser questionada e cabe ao Congresso legislar sobre o tema. O presidente da Federação Nacional dos Jornalistas, Sérgio Murillo de Andrade, defendeu que o decreto que instituiu a obrigatoriedade do diploma não “foi feito por causa da ditadura, mas apesar da ditadura”. Ele lembrou ainda que, mesmo com a exigência da graduação, os veículos de comunicação não estão restritos aos formados. "Não pode ser feita confusão entre opinião e o exercício do jornalismo", afirmou, lembrando que cerca de 40% dos profissionais das redações não são jornalistas. Deputados defendem aprovação de propostas Vários deputados também estiveram presentes à audiência e defenderam o retorno da obrigatoriedade do diploma. Jô Moraes (PCdoB-MG) defendeu a aprovação pelo Congresso das propostas que tratam sobre o tema. Fernando Ferro (PT-PE), afirmou que o tema é sensível porque parte dos parlamentares é comprometida por possuírem vínculos de propriedade com veículos de comunicação. A audiência foi convocada pelas comissões de Ciência e Tecnologia e de Educação e Cultura da Câmara. A iniciativa é da deputada Raquel Teixeira (PSDB-GO). Para o debate foram convidadas entidades representativas do setor. Ontem, o Senado aprovou a realização de uma outra audiência sobre o tema, ainda sem data definida.
Com informações da Agência Câmara.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Europa contesta projeto do Google de digitalizar publicações

Redação - Portal Imprensa
A intenção do Google de digitalizar milhões de livros e colocá-los na internet - atualmente em análise pela justiça norte-americana - encontra resistência por parte do setor editorial europeu. Associações de editores da Alemanha, Áustria e Espanha planejam enviar ao judiciário dos EUA argumentos contrários ao projeto da empresa de buscas. A Justiça norte-americana deve conceder o parecer final sobre o caso em 07/09.
Na mesma linha das associações, a editora francesa Editis também se opõe ao projeto do Google. Na avaliação do diretor-executivo da companhia europeia, Alain Kouck, não é viável o acordo entre a multinacional de buscas e a associação de escritores das editoras dos EUA, parceria esta que permite ao Google digitalizar milhões de livros para a internet.
Até o momento, o Google já digitalizou mais de 1,5 milhão de livros nos Estados Unidos. Na mesma linha, Amazon, Microsoft e Yahoo! também se opõem publicamente ao projeto de digitalização de livros.
O Google já é alvo de um processo movido em 2006 na França, em que a editora La Martiniére alega que o projeto da empresa multinacional infringe as leis de direitos autorais. O resultado da ação deve sair em 24 de setembro deste ano.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Gol usa Twitter para comunicação com a imprensa

A companhia aérea Gol lançou um perfil no Twiter voltado especificamente para o contato com jornalistas. A postagem de informações ficará sob responsabilidade da equipe da Diretoria de Comunicação Corporativa, que publicará novidades da empresa, notícias sobre o setor de aviação e outros assuntos de interesse.
“A internet é o principal canal de vendas da GOL e um dos principais meios de contato da Companhia com seus clientes. Com o Twitter, que já se mostrou uma poderosa ferramenta de relacionamento, queremos nos aproximar ainda mais dos nossos colegas jornalistas", afirma Hélio Muniz, diretor de Comunicação Corporativa da Gol.
Na última semana, a empresa lançou um perfil no microblog voltado para analistas de mercado, acionistas e investidores.
FONTE: Comunique-se

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Recortes de jornal podem, sim, mudar a história

Elza Oliveira Filha
Ao determinar o arquivamento de 11 representações contra o presidente do Senado Federal, José Sarney, o presidente do Conselho de Ética da Casa, senador Paulo Duque (PMDB-RJ), alegou na semana passada que suas decisões foram motivadas pelo fato das acusações serem baseadas em “recortes de jornais”. O sistema judiciário brasileiro efetivamente não permite a condenação em processo no qual o conjunto probatório se limite a informações publicadas na imprensa. E é correto que assim decida a Justiça, visto que a tarefa investigatória desenvolvida por jornalistas tem contornos diferenciados do inquérito policial ou da produção de provas na esfera judicial.
A finalidade da profissão, como bem definem Bill Kovach e Tom Rosenstiel, no livro Os Elementos do Jornalismo, “é oferecer in­­for­­­mações às pessoas para estas sejam livres e capazes de se au­­togovernar”. Mas a alegação de que chegaram ao Conselho de Ética apenas “recortes de jornais” e, portanto, as denúncias eram vazias, é um argumento capenga e a história está repleta de exemplos demonstrando o contrário – no Brasil e no exterior. Muitas vezes é a partir de denúncias da imprensa que os órgãos competentes aprofundam investigações e alcançam a punição de ilícitos.
Só para ficar em dois casos emblemáticos, vale citar o episódio Watergate, que levou à renúncia do presidente norte-americano Richard Nixon, e o impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Melo – envolvido nas tristes imagens de bate-bocas do Senado na semana passada. No exemplo ‘collorido’ há que se registrar o papel duplo da mídia: em primeiro lugar ao inflar a candidatura do então governador de Alagoas, a quem foi atribuída a alcunha de “caçador de marajás” e, depois, colaborando na sua queda. Embora o espaço deste texto seja pequeno para aprofundar o debate, o caso Collor serve para demonstrar que nem sempre a imprensa defende os interesses coletivos, sobretudo no Brasil onde a propriedade dos veículos de comunicação muitas vezes se cruza com interesses políticos de variados matizes.
O ideal da atividade jornalística, no entanto, é que a lealdade primeira dos profissionais seja com os cidadãos e a essência da sua prática seja a disciplina da verificação. É isso que procuramos incutir nos acadêmicos de Jornalismo e por isso a maior parte da categoria defende a necessidade de formação específica para o exercício profissional
O papel do jornalismo nas sociedades democráticas é essencial para a garantia das liberdades de informação e expressão. Justamente por sua importância no exercício da cidadania é que uma das primeiras atitudes dos regimes ditatoriais é impor censura à imprensa. “A comunicação é o cerne da modernidade, inseparável deste lento movimento de emancipação do indivíduo e do nascimento da democracia”, escreve Dominique Wolton no livro Internet, e depois? Assim como outros pesquisadores que procuram entender as mudanças do nosso tempo, ele enfatiza o protagonismo da comunicação e enaltece a responsabilidade social do jornalismo. Wolton fará a palestra de abertura do XXXII Congresso Brasileiro de Ciência da Comunicação, no dia 4 de setembro, na Universidade Positivo, abordando o tema “Comunicação política: a política, a mídia e a opinião pública”.
Ao contrário do presidente do Conselho de Ética do Senado, que busca desqualificar o trabalho da imprensa, a comunidade científica e a população demonstram reconhecer a importância desta atividade. Uma comprovação é a pesquisa realizada em junho de 2008 pela Associação dos Magistrados Brasileiros para medir os índices de confiança da população nas diversas instituições. Forças Armadas (79%), Igreja Católica (72%) e Polícia Federal (71%) ficaram com as melhores avaliações. Logo abaixo vêm o Poder Judiciário, a Imprensa (com 58%) e o Ministério Público. As instituições político-partidárias têm o menor índice de confiança, 22% (disponível em http://www.amb.com.br/portal/docs/pesquisa/barometro.pdf).
A expectativa é que agora os demais integrantes do Conselho de Ética, ou mesmo o plenário do Senado Federal, reformem a decisão do senador Dutra e reconheçam que, sim, recortes de jornal podem mudar a história.
Elza Oliveira Filha, doutora em Ciências da Comunicação pela Unisinos, foi repórter da imprensa diária durante mais de 20 anos. É professora do curso de Jornalismo da Universidade Positivo.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Circulação dos grandes jornais cai 6% no 1º semestre

Maiores perdas foram de O Dia (-24%), Extra, Jornal da Tarde e O Estado de S. Paulo (todos com -17%)

Alexandre Zaghi Lemos
Caiu 6% a circulação somada dos 20 maiores jornais diários brasileiros no primeiro semestre, na comparação com igual período de 2008. As maiores quedas foram de O Dia (-24%), Extra, Jornal da Tarde e O Estado de S. Paulo (todos com -17%).
Também registraram perdas Diário de S. Paulo (-11%), Diário Gaúcho (-9%), Meia Hora (-9%), O Globo (-8%), Folha de S. Paulo (-7%) e Super Notícia (-4%).
Na ponta oposta, comemoram crescimento Daqui (37%), Expresso da Informação (14%), Lance (8%), Agora (4%), Zero Hora (3%) e A Tribuna (2%).
Mantiveram-se estáveis - o que no cenário atual é uma vitória - Correio Braziliense, Estado de Minas, Correio do Povo e Valor.
Não houve alterações significativas no ranking, liderado por Folha de S. Paulo (média diária de 296 mil exemplares), Super Notícia (288 mil), Extra (262 mil) e O Globo (260 mil). Em seguida, aparecem O Estado de S.Paulo (215 mil), Meia Hora (203 mil), Zero Hora (184 mil), Correio do Povo (154 mil), Diário Gaúcho (152 mil), Lance (133 mil), Agora São Paulo (88 mil), O Dia (82 mil), Estado de Minas (76 mil), Expresso da Informação (67 mil), Daqui (63 mil), A Tribuna (62 mil) e Diário de S.Paulo (61 mil).
A única novidade é a estreia do Dez Minutos, de Manaus, na 18ª posição, com média diária de 54 mil exemplares - não considerados na conta de queda de 6%, pois foi lançado no final do ano passado.
Fecham a lista: Valor Econômico (54 mil), Correio Braziliense (53 mil) e Jornal da Tarde (49 mil).
A informação é da coluna Em Pauta publicada na edição 1370 de Meio & Mensagem, que circula com data de 3 de agosto de 2009.