quinta-feira, 14 de abril de 2011

NAS NUVENS - Hardware é coisa do passado

Armazenamento virtual e acesso remoto de arquivos ganha força entre empresas de tecnologia

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Pedro Sellas, da Intuel, e Julio Damasceno, da Arkivus,
ressaltam que este é um caminho sem volta
Em 2008, o horizonte da informática apontava uma grande mudança no ar: com o aumento da capacidade de armazenamento nos principais servidores e a internet adquirindo características cada vez mais rápidas e confiáveis, sussurros começavam a se espalhar pelos corredores das grandes companhias de tecnologia. A nova onda, apontavam os boatos, seria a criação de um universo virtual onde todos os arquivos estariam armazenados nos grandes servidores, podendo ser acessados, através da internet, de qualquer lugar do mundo. Essa tendência ganhou o nome de ''Cloud Computing'', ou Computação nas Nuvens.

Pouco a pouco, o conceito de ''nuvem'' ganhou força e chamou a atenção de diversas empresas, que não demoraram para investir na ideia. Hoje, sites populares como Gmail, Flickr, Youtube e Google Docs são representantes da moda, permitindo a completa mobilidade de acesso do usuário. ''A Cloud Computing já é uma realidade de mercado. As pessoas hoje querem ter a comodidade de acessar os seus arquivos em qualquer lugar'', analisa Pedro Sellas, gerente da Agência de Inovação Tecnológica da Universidade Estadual de Londrina (Intuel). ''O maior receio das empresas em terceirizar seus arquivos para outros servidores é na parte da segurança dos dados, mas isso está cada vez mais garantido'', continua Sellas, ressaltando que a opção também atinge em cheio as necessidades das empresas na área de TI, sendo uma maneira rápida de aumentar a capacidade de armazenamento, sem precisar de grandes investimentos em infraestrutura ou novos softwares. ''Isso corta muito os custos para as empresas que estão começando'', complementa.

Os ventos estão mesmo soprando para mudar a cara do mercado. No mês passado, as duas gigantes companhias Hewlett Packard e Dell anunciaram que estão reformulando todo o seu negócio baseado em uma estratégia dentro da ''nuvem''; ou seja, menos investimento em hardware, e mais investimento em softwares móveis. ''Nosso projeto, no começo, era feito para ser uma ferramenta desktop. Agora nosso foco é maior para web'', declara Júlio Damasceno, um dos sócios da empresa londrinense Arkivus - www.arkivus.com.br - incubada pela Intuel e que desenvolve ferramentas de gestão de documentos através da internet e smartphones. ''Existe uma quebra de paradigmas no mercado. Os usuários estão procurando flexibilidade, ao mesmo tempo em que se convencem de que os sistemas dentro da nuvem são mais seguros e baratos'', observa.

Essa mudança no consumo também afeta diretamente a produção das empresas de hardware. Estimativas de mercado já apontam que 2011 será o primeiro ano em que vão ser vendidos mais tablets e smarthphones do que computadores - PCs e Laptops. Em entrevista para o blog Techcrunch, um dos maiores nomes da IBM, Mark Loughridge, taxou essa tendência de irreversível, declarando o começo do fim dos computadores pessoais. ''É uma ida sem volta, e acredito que o mercado vai punir as empresas de tecnologia que não seguirem este caminho'', concorda Damasceno.


Rafael Ceribelli
Reportagem Local

Fonte: FolhaWeb

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