segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Jornais atacam Google News e cobram mais cooperação

A Associação Mundial de Jor­nais (WAN) voltou a atacar duramente o Google e reclamou da falta de cooperação para resolver a questão dos direitos autorais no uso de notícias pelos cha­mados “agregadores” na internet, entre os quais o Google News é o líder absoluto. “Temos tentado sen­tar para negociar, mas o Google não tem colaborado. En­­quanto isso, continua com sua clep­tomania”, disse Gavin O’Reil­­­­ly, presidente da WAN, na ses­­são de encerramento do 62.º con­­gresso mundial do setor.

O’Reilly se dirigia a David Drum­­mond, vice-presidente de assuntos jurídicos do Google, que participou do painel. Se­­gun­do O’Reilly, o Google tem sido “in­­sistentemente convocado” a colaborar com a implantação de um software, criado pela WAN, denominado ACAP, e que permite a um site noticioso controlar o uso de seu conteúdo por terceiros. “Vocês conversam aqui e ali, mas se recusam a sentar à mesa com a associação”, disse.

“Vim a esse debate em missão de paz e desarmado”, amenizou Drummond. “O Google não é o cul­­pado. Os jornais é que não es­­tão aproveitando todo o nosso po­­tencial, e deveriam trabalhar mais próximos a nós”, defendeu-se.

Visivelmente irritado, O’Reil­­­ly mencionou que recentemente o presidente mundial do Google, Eric Schmidt, disse em entrevista que “é um imperativo moral ajudar os jornais”. E rebateu: “Nin­guém aqui está falando em caridade, nem de certo ou errado. Es­­tamos falando de leis, de copyrights de conteúdos que, sejamos honestos, custa caro produzir.” “O Google sempre fala no tráfego que gera para os sites dos jornais. Mas não seria um direito das empresas escolher o que querem pelo seu conteúdo, se é tráfego, pagamento ou algo diferente?”, disse O’Reilly. “Se o Google reconhece a legitimidade dos direitos autorais, pelo menos deveria ser a fa­­vor da implantação do ACAP. Não estamos falando de algo abstrato, é só a lei.”

Drummond procurou con­­­­temporizar, afirmando que, na visão de sua empresa, o buscador não está infringindo direitos. “Temos uma diferença fundamental aí. Não consideramos que pesquisar e organizar links seja quebra de direitos.” Segundo ele, tem havido “decisões fa­­voráveis” de alguns tribunais pelo mundo. “Não queremos dar uma mãozinha, queremos que todo mundo ganhe dinheiro.” Mas Drummond admitiu que o Google “ainda não fez tudo o que está ao seu alcance”.

Acordo à vista?
Gratuidade será limitada

O Google anunciou na quinta-feira que vai limitar o acesso gratuito a notícias que exigem a assinatura do conteúdo. Pelas novas regras do Google News, cada usuário poderá ver, no máximo, cinco artigos diários de algum site que exige assinatura – casos, por exemplo, do Wall Street Journal e do Financial Times. Com isso, a empresa pretende impedir uma distorção. Reportagens que só eram disponíveis para assinantes do Wall Street Journal, o principal crítico do modelo de busca e um dos mais prejudicados pela distorção, podiam ser lidas gratuitamente na busca do Google News. Com isso, muitos usuários liam os artigos que lhes interessavam só pelo sistema de indexação de notícia, sem precisar assinar o jornal ou o site.

Fonte: Gazeta do Povo

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